No caso de transformados de alumínio, que atendem às indústrias de remédios, alimentos e insumos hospitalares, o número de empresas é muito maior: são centenas que operam no país. Apesar do ritmo normal das linhas de produção, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) alerta para os riscos de restrições de mobilidade, que acabaram criando gargalos no recolhimento de sucata, responsável pela maior parte do insumo das fabricantes.
“Se as restrições de mobilidade voltarem, a produção de itens hospitalares e remédios pode ficar comprometida, pois vai faltar sucata nas fábricas”, afirma Milton Rego, presidente da ABAL.
Sentido contrário
Enquanto as empresas que fornecem embalagens e itens hospitalares aceleram a produção, fabricantes voltados para construção civil e montadoras estão enfrentando dias de tempestade. Obras estão paradas por todo o país e mais de 50 fábricas de veículos paralisaram as operações.
De acordo com a ABAL, o setor emprega, diretamente, cerca de 30 mil pessoas e o faturamento da indústria supera 61 bilhões de reais. Em um horizonte cinzento, as empresas que atuam na construção civil e em transportes deverão amargar fortes quedas.
“As grandes fabricantes vão conseguir sobreviver, mas metade das empresas do nosso setor tem pequeno e médio porte. Dependendo da duração dessa crise, muitas podem fechar as portas”, diz Milton Rego.
Segundo o dirigente, o principal entrave dessas empresas tem sido os bancos.
“Está cada vez mais difícil e caro para rolar as dívidas. O sistema financeiro precisa dar sua dose de contribuição nessa crise, como todo mundo está fazendo.”
Fonte: https://exame.abril.com.br/negocios/cadeia-do-aluminio-se-prepara-para-alta-da-demanda-no-combate-a-covid-19/