ABAL no Conaf 2005
Entidade organizou dia sobre alumínio durante Congresso Nacional de Fundição e manteve estande institucional na 11ª Fenaf
Terminou na última sexta-feira, dia 30 de setembro, a 12ª edição do Congresso de Fundição – Conaf 2005. Realizado em parceria entre a Associação Brasileira de Fundição – ABIFA, a Associação Brasileira do Alumínio – ABAL e a Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais – ABM, o evento apresentou as ações mundiais desenvolvidas pelo setor, os avanços tecnológicos da indústria de fundição e possibilitou a troca de experiências entre empresários brasileiros e estrangeiros. O último dia do 12º Conaf foi dedicado ao meio ambiente e também teve o alumínio como um dos assuntos. Temas como impactos ambientais, legislação e Protocolo de Quioto, produção limpa, transporte de produtos perigosos e reciclagem de alumínio estiveram presente nos painéis de debate. Na cerimônia de encerramento, o presidente da ABIFA, Luiz Carlos Koch, afirmou que o evento cumpriu com seus objetivos. “O Conaf 2005 foi marcado pela assinatura de acordos importantes para o setor e pela apresentação de trabalhos que contribuem – e muito – para o desenvolvimento da indústria de fundição. É bom ressaltar que o apoio da ABAL e da ABM foi fundamental para a realização desse evento”. Ainda no dia 30, a boa notícia veio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES. José Armando Taddei, representando a vice-presidência do banco, anunciou que a instituição deverá se aproximar do setor de fundição, dispondo de orçamento para financiar as empresas do setor.
O dia 29 de setembro foi dedicado ao alumínio no 12º Conaf. Além da apresentação de trabalhos que mostram novos processos e tecnologias ligadas à fundição de alumínio, o evento apresentou um ciclo de palestras sobre o tema Avanços Tecnológicos da Fundição do Alumínio. Clóvis Bradaschia, da Universidade de São Paulo, Ricardo Fuoco, Chefe do Laboratório de Fundição do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de S. Paulo – IPT, e Maria Helena Roberts, Vice-diretora e Professora Titular da Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas mostraram, durante uma tarde, os aperfeiçoamentos mais recentes na fundição de alumínio no controle de processos e na aplicação de novas tecnologias. Maria Helena apresentou de forma detalhada a tixofundição, processo novo no Brasil, mas já utilizado em larga escala em países desenvolvidos como Japão, Estados Unidos, Alemanha e Itália. A tecnologia utiliza, ao invés de alumínio líquido, o metal em “pasta”, evitando o desgaste no contato entre o metal e o molde e aumentando a produtividade. As principais aplicações desse processo se dão na indústria automotiva, na fabricação de peças como suspensões, carcaças e discos de embreagem, entre outras. O representante do Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, Ricardo Fuoco, mostrou os avanços da fundição do alumínio. Em sua explanação, Fuoco mostrou que, entre os principais focos de desenvolvimento no processo de fundição, estão a criação de novas ligas, como a Silafont 36T6, a chegada de novas tecnologias, como a tixofundição, o transporte de alumínio líquido e mecanismos mais precisos de controle de processo.
Clóvis Bradaschia
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Já Clóvis Bradaschia traçou um panorama histórico da fundição no Brasil, mostrando o quanto o setor cresceu nos últimos anos. O professor da Universidade de São Paulo falou sobre a importância dos cursos acadêmicos de fundição, iniciados no IPT e na Escola Politécnica nos anos 50 e 60, para o desenvolvimento do setor. “Hoje o Brasil é o nono produtor mundial de fundidos e pode chegar ainda mais longe, porque somos um país que tem vocação para a fundição”, ressaltou.
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Durante a cerimônia de inauguração da 11ª Feira Sulamericana de Fundição – Fenaf, no último dia 27 de setembro, os presidentes da Agência de Promoção de Exportação e Investimentos (APEX Brasil), Juan Quirós, e da ABIFA, Luiz Koch, formalizaram o acordo que pretende ampliar as exportações de fundidos. Investindo R$ 1,4 milhão, o Governo Federal e o setor pretendem exportar US$ 1 bilhão em peças fundidas em ferro, aço e ligas não-ferrosas (entre elas as de alumínio), em 2005, e R$ 1,2 bilhão em 2006. A Apex irá colocar o trabalho de 22 consultorias internacionais à disposição dos fundidores, oferecendo consultoria a pequenas e médias empresas, com a previsão de 100 empresas até o fim da primeira fase, com a duração de 12 meses. “Nós vamos assumir a responsabilidade de conseguir compradores para os produtos brasileiros fora do país”. Ainda na cerimônia de inauguração do 12º Conaf, o presidente da ABIFA, Luiz Carlos Koch, ressaltou a importância do congresso para o setor. “O Conaf é um evento muito importante para o setor de fundição. Tanto que, a partir dele nasceu a Feira Nacional (hoje Sulamericana) de Fundição, a Fenaf. Essa edição é ainda mais especial, por contarmos com o apoio da ABAL e da ABM. Com a união das três entidades, certamente realizaremos um evento ainda mais completo, que vai de encontro às necessidades do nosso segmento”.
Ayrton Filetti
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Representando a ABAL, Ayrton Filetti, coordenador da Comissão Técnica da entidade, falou sobre a importância do setor de fundidos para a indústria brasileira do alumínio. “Os números mostram o quanto a indústria de fundição é importante para a cadeia produtiva do alumínio. O volume de produtos fundidos em alumínio em 2004 foi de 136 mil toneladas, o que significa 18% do consumo doméstico de produtos alumínio. A previsão para 2005 é um crescimento da ordem de 15%, sendo a aplicação mais importante a indústria automotiva (sendo a indústria automotiva o principal consumidor)”. Filetti afirmou ainda, que a parceria entre a ABAL, a ABIFA e a ABM na promoção do evento mostra a preocupação das três entidades com “o crescimento conjunto de indústrias parceiras na contribuição para o desenvolvimento do país”. Em seguida, o presidente da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais – ABM, Paulo Musetti, mostrou que a siderurgia brasileira enfrenta também os mesmos obstáculos da indústria do alumínio. “Não há caminho para um país se desenvolver se não houver competitividade. Como o alumínio, o aço também não tem um bom índice de consumo per capita em relação aos países desenvolvidos e se preocupa também com a atual taxa cambial, que desestimula nosso crescimento fora do país”. Segundo Musetti, a realização do congresso significa a preocupação dessa indústria com o desenvolvimento técnico e com a educação continuada.
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ABAL também esteve presente na FENAF – Feira Sul-americana de Fundição, que aconteceu simultaneamente ao CONAF. A entidade montou um espaço institucional, que recebeu mais de mil visitantes, onde divulgou as aplicações do alumínio fundido nos diversos segmentos, com destaque para a indústria de transportes. No local, foram distribuídos e divulgados publicações da ABAL, como Alumínio para Futuras Gerações e Fundamentos do Alumínio. Também foi feita a divulgação do quarto número da Revista Alumínio, que despertou grande interesse do público presente ao estande.