Projeto Quilombo é reconhecido pela atuação de combate à Covid-19 por meio de profissional de saúde
Em reconhecimento ao atendimento de saúde prestado às populações ribeirinhas e quilombolas dos territórios do Alto Trombetas I e II, no ápice do período pandêmico, o médico Joseraldo Furlan, o Dr. Jô, recebeu a Medalha de Campanha “Operação Solidariedade Covid-19”, pelo Projeto Quilombo, desenvolvido há 20 anos pela Mineração Rio do Norte (MRN). A homenagem foi conferida pela Associação Brasileira das Forças Internacionais de Paz, entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ABFIP ONU), ao profissional que esteve à frente da Ação Emergencial, entre 2020 e 2021, e foi fundamental para salvar a vida de centenas de moradores de comunidades tradicionais do Oeste do Pará.
À frente do Projeto Quilombo há quatro anos, o médico Joseraldo Furlan relembrou o trabalho da equipe de saúde e o suporte durante os primeiros meses da pandemia, quando as comunidades tradicionais precisavam ser isoladas do contato com os moradores das cidades da região oeste paraense, a fim de evitar a proliferação do vírus entre uma população que já é social e economicamente vulnerável.
“A gente fez um trabalho muito forte, que a gente chamou de ação emergencial do Projeto Quilombo. Em boa parte do tempo nós fomos a única equipe médica na região do Alto Trombetas em vários quilômetros. Quando estava todo mundo em casa, escondido, preocupado, se preservando, a gente estava no rio, cuidando das pessoas. Foi um divisor de águas para salvar vidas. Íamos de comunidade em comunidade e fazíamos um monitorando de isolamento. A gente fez um projeto no qual a gente ia todos os dias, de segunda a sábado, de 5h a 8h por dia”, recordou o médico.
Durante a pandemia, o barco do Projeto Quilombo estendeu as ações de atendimento para 24 comunidades – originalmente, o projeto atende 14 comunidades dos territórios Alto Trombetas I e II –, levando assistência clínica e médica, informações sobre cuidados e prevenção contra o novo coronavírus, distribuição de medicação e encaminhamento para realização de exames em casos de agravamento da Covid-19.
No período dos dois primeiros anos da pandemia, foram feitos mais de 7 mil atendimentos, com 2.376 consultas médicas e 4.458 consultas de enfermagem, além de 72 palestras educativas e 91 ações de cuidado em saúde, com orientações de uso de máscaras, higienização de mãos e superfícies e distanciamento social.
Jéssica Naime, gerente geral de Relações Comunitárias da MRN, destacou o trabalho da empresa em parceria com outros atores sociais para frear os casos de Covid-19 na região.
“Foi um trabalho conjunto da empresa com as lideranças das comunidades vizinhas e atores sociais, como Ministério Público do Estado, universidade e outros, no grupo criado para essa interlocução, que foi denominado Pela Vida no Trombetas. A MRN, de fato, tomou todas as medidas para evitar a contaminação da Covid-19, e foi bem-sucedida, pois os índices de contaminação foram muito abaixo da média nacional. Tivemos pouquíssimos registros de óbitos. Sem dúvida, é um reconhecimento a todo o trabalho de responsabilidade social da MRN em conjunto com seus parceiros”, destacou Naime.