Um evento para ficar na história – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Um evento para ficar na história

2 de setembro de 2008

Participação de público e diversidade de temas abordados deram a tônica do IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio

Com recorde de público, foi encerrado em Campos do Jordão, no dia 22 de agosto, o IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio, principal evento do setor no Brasil, que abrangeu ciclo de palestras e exposição de produtos e serviços para a atividade de reciclagem do alumínio. Durante três dias – de 20 a 22 de agosto – o Campos do Jordão Convention Center recebeu cerca de 750 pessoas entre profissionais da indústria, do meio acadêmico e estudantes, que puderam conhecer e se atualizar sobre importantes temas referentes à reciclagem de alumínio, no Brasil e no mundo.

“O Seminário contou com ativa participação dos diferentes tipos de público, que tiveram a oportunidade de ouvir, discutir  e promover um intercâmbio de informações,  que teve como foco o mapeamento, perspectivas  e a distribuição da sucata de alumínio nas diferentes regiões do globo”, destaca Henio De Nicola, coordenador da Comissão de Reciclagem da ABAL.

Elder Rondelli, coordenador da Comissão Organizadora do evento, falou sobre a importância da reciclagem para a indústria do alumínio: “A presença do alumínio na vida das pessoas caminha a passos largos; observamos o aumento do consumo do material pelos principais segmentos industriais, como o automotivo e o de embalagens, e a reciclagem caminha forte, ao lado desse consumo, como um importante coadjuvante”.  

Um trunfo da indústria
Na solenidade de abertura, o presidente da ABAL, Luis Carlos Loureiro Filho, ressaltou a importância da reciclagem do alumínio ao defini-la como um dos principais trunfos da indústria brasileira do alumínio, uma vez que a atividade abrange aos três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental.

As palestras que se sucederam no primeiro dia apenas confirmaram essa importância da reciclagem, no cenário nacional e mundial. Ed Hoag, da Aleris International, mostrou um quadro de valorização global do alumínio secundário; Eduardo Lima, da Alcoa Alumínio, disse que a empresa deve usar 25% de sucata na produção de produtos transformados em 2010, com previsão de subir esse porcentual para 50% em 2020. Dorli Terezinha Martins, do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, apresentou um Programa de Gestão Ambiental, oferecido pela entidade, que ajuda pequenas e médias empresas a lidarem com seus resíduos.

Escassez de sucata
Um painel com grandes consumidores de alumínio secundário iniciou o segundo dia de palestras. Executivos da Black & Decker, Nemak Alumínio e Magal foram uníssonos ao afirmarem que existe o risco de escassez global de sucata de alumínio, dada a crescente demanda, o que certamente provocará a elevação no preço da sucata, com impacto nos custos e abastecimento de metal secundário para a indústria transformadora, sobretudo a de fundição. Consenso geral, produtores e consumidores de ligas secundárias devem trabalhar mais próximos, visando diminuir os custos de produção na cadeia.

Marlen Bertram, do International Aluminium Institute (IAI), mostrou um panorama do mercado europeu de alumínio secundário. Segundo a palestrante, em 2007 a Europa produziu 5,1 milhões de toneladas de metal secundário, movimentando cerca de US$ 13 bilhões. Mesmo com resultados tão significativos, o setor tem desafios importantes para vencer, que tendem a aumentar com a perspectiva do aumento da competição global por sucata e por ligas, com o risco de maior protecionismo. Para assegurar o suprimento de sucata na região, citou como medidas que podem ser adotadas pelos países europeus, o aumento da competitividade, por meio da modernização e redução dos custos de processo; a restrição da exportação de sucata, se houver indícios que o país de destino não tratará os resíduos de forma adequada; ou ainda a restrição temporária das exportações de sucata, caso exista o risco real de desabastecimento da indústria secundária.

O diretor do Centro de Tecnologia do Alumínio da Universidade de Kentuchy (EUA), Subodh K. Das, falou sobre o desenvolvimento da reciclagem de ligas de alumínio automotivas nos Estados Unidos, onde o veículo é triturado (shredder) antes de ser reciclado. Segundo ele, esse aspecto da preparação cria um desafio para a indústria na hora de separar os metais ferrosos, não-ferrosos e alumínio com diversas composições químicas, a fim de evitar perda de eficiência no processo de obtenção de alumínio secundário. Em seu entender, no caso dos laminados – que conta com uma variedade de ligas –, a solução é desenvolver uma liga padrão que permita a produção dos  componentes automotivos estampados, expôs Subodh.

Imunidade tributária
Luide Reis, da Novelis do Brasil, abriu o último dia de palestras abordando, em sua apresentação, o papel de cada elo participante da cadeia de reciclagem, visando a aumentar a qualidade de toda a atividade. Como exemplo, Reis citou que o nível de impurezas contidas na sucata adquirida pela Novelis do Brasil vem caindo nos últimos anos, chegando hoje a 3,08%.  Encerrou afirmando que é possível obter um grande resultado financeiro para o negócio da reciclagem que não está nos avanços tecnológicos oferecidos por equipamentos novos, mas, no investimento em processos de aquisição mais eficientes.

Na última apresentação internacional do evento, Robert Stein, presidente da divisão de não-ferrosos do Bureau of Internacional Recycling (BIR) apresentou as diretrizes da entidade que, há 60 anos, promove a reciclagem de materiais, sob diversos aspectos. “O BIR tem advogado fortemente pelo livre fluxo de material secundário entre nações e, com esforços mútuos, conseguido quebrar muitas barreiras comerciais”, afirmou Stein.

O panorama e as perspectivas de abastecimento da sucata de alumínio no mercado nacional foi o tema da palestra apresentada por Henio De Nicola e Luiz Alberto Lopes, respectivamente, coordenadores da Comissão de Reciclagem e do Grupo Setorial Secundários da ABAL. Os palestrantes previram uma demanda interna de 522 mil toneladas de sucata de alumínio, em 2008, e que o Brasil já tem “gap” no suprimento de sucata de alumínio, que tende a aumentar principalmente em função das estimativas de crescimento dos principais segmentos consumidores de ligas secundárias.   Concluíram afirmando que a importação de sucata de alumínio é fundamental para garantir a competitividade do setor.

A reforma tributária e seu impacto no setor de reciclagem do alumínio foi tema de painel, em que participaram representantes da indústria de reciclagem, o consultor tributário, Clóvis Panzarini, e o deputado federal de São Paulo, Antonio Carlos Mendes Thame. Panzarini defendeu a imunidade no recolhimento de ICMS para a sucata e alertou para a necessidade de se realizar um trabalho de manutenção dos benefícios já conquistados pelo setor, que hoje é isento de recolher PIS e Cofins nas aquisições de sucata.  O deputado Mendes Thame lembrou à platéia sobre sua PEC nº 571/06, que visa proibir a União de instituir impostos sobre os produtos reciclados de matéria-prima nacional, concedendo imunidade tributária.

A imunidade tributária da sucata, além de contribuir para a competitividade, tem como alvo coibir a sonegação fiscal no setor. Por essa razão, foi bastante apropriada a escolha do presidente do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, professor André Franco Montoro Filho, para encerrar o Seminário de Reciclagem. Montoro Filho, em sua palestra, “O Valor Econômico do Comportamento Ético”, falou sobre a importância das boas práticas comerciais e do bom ambiente nos negócios, para qualquer setor econômico, e de como os desvios de conduta afetam o mercado como um todo.

“Os palestrantes internacionais trouxeram boas explanações sobre o mercado mundial e deixaram claro que os temas discutidos  nesse Seminário são de âmbito global. Os palestrantes nacionais, em sua maioria proveniente da nossa indústria, apresentaram de forma atual e competente um panorama do setor brasileiro de reciclagem do alumínio”, ressaltou o coordenador da Comissão Organizadora do evento, Elder Rondelli.

Exposição
O IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio contou com a mais importante exposição do setor no Brasil. O Campos do Jordão Convention Center reuniu, paralelamente ao Seminário, 22 estandes com amostras do que há de melhor e mais moderno em termos de produtos, insumos, tecnologia e serviços para o mercado de reciclagem de alumínio.

Foram cerca de 750 pessoas passando pelos corredores dos estandes que contemplaram as indústrias recicladoras Aleris Reciclagem, Almeida Metais, Novelis do Brasil, Recicla Alumínio e Mextra Engenharia Extrativa de Metais; as fornecedoras de máquinas e equipamentos Anacom Equipamentos e Sistemas, HCG Tecnologia, Hidral-Mac Prensas Hidráulicas, Insertec Dedini e Rex Máquinas e Equipamentos; a trading company Brascomex – Importação e Exportação; a empresa integrada de alumínio Companhia Brasileira de Alumínio – CBA.

As editoras Aranda Editora Técnica e Cultural e Segmento MC Editores; as agências de turismo Campos do Jordão e Região Convention & Visitors Bureau e Mello Faro Turismo e Viagens; as revistas Fundição e Metalurgia – ABIFA e Reciclagem Moderna – Ecobrasil; as universidades UNESP – Universidade Estadual Paulista e FAPI – Faculdade de Pindamonhangaba; além do Ludwig Restaurant, de Campos do Jordão, também estiveram com estandes no IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio.

Reciclagem de latas
Durante o evento foi divulgado o índice nacional de reciclagem de latas de alumínio para bebidas referente a 2007. Mais uma vez o Brasil está na  liderança do ranking mundial, pelo sétimo ano consecutivo, reciclando 96,5% das embalagens consumidas no ano passado. Traduzido em números, foram recicladas 160,6 mil toneladas de sucata de latas, o que corresponde a 11,9 bilhões de unidades. A divulgação do índice foi feita aos participantes do Seminário pelo coordenador da Comissão de Reciclagem da ABAL, Henio De Nicola, em conjunto com o diretor executivo da ABRALATAS, Renault Freitas de Castro.

Henio De Nicola falou sobre a importância desta conquista para o País, que é autônomo na atividade: “Este feito representa muito porque vem do esforço de milhares de pessoas envolvidas na cadeia de coleta, uma boa estruturação de agentes desta cadeia distribuídos nacionalmente, da confiança e do desempenho de comerciantes do metal, e da indústria transformadora; um feito e tanto se considerarmos a total inexistência de incentivo governamental para a atividade que tantos benefícios traz ao País”.

Prêmio de Jornalismo
Com número recorde de 22 inscrições, jornalistas de Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG) venceram a 5ª edição do Prêmio João Valiante de Jornalismo 2008. A premiação ocorreu na cerimônia de encerramento do IX Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio. Sob o patrocínio da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA, para a categoria “Mídia Eletrônica”, e da Novelis do Brasil, para “Mídia impressa e webjornalismo”, cada vencedor recebeu um troféu e a quantia de R$ 4 mil. Na categoria “Mídia Eletrônica”, a vencedora foi a jornalista Marina Jorge de Alcântara, em matéria para o Jornal Anhanguera 1ª edição. A TV Anhanguera é filiada à Rede Globo de Televisão em Goiânia. Em “Mídia Impressa e Webjornalismo”, a matéria vencedora foi de Luciano Lopes, publicada na Revista JB Ecológico, do Jornal do Brasil.

Alumínio nas Escolas
Por meio do Projeto ABAL Alumínio nas Escolas, 148 alunos e professores dos cursos de tecnologia e processos químicos e de engenharia, de quatro universidades da região: Faculdade de Pindamonhangaba (FAPI); Faculdade de Tecnologia (FATEC), campus Pindamonhangaba; Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus Guaratinguetá; e Universidade de Taubaté (UNITAU), participaram do evento.

Durante os três dias do Seminário, o Projeto proporcionou visitas guiadas à exposição, com a oportunidade de os estudantes conhecerem projetos de quatro empresas; permitiu o acesso dos estudantes a palestras e organizou visitas técnicas às empresas Aleris Reciclagem e Novelis do Brasil, ambas em Pindamonhangaba (SP).

Visitas Técnicas
Os participantes do Seminário tiveram a oportunidade de participar das visitas técnicas às indústrias do Vale do Paraíba ligadas à cadeia de reciclagem de alumínio e à produção de latas para bebidas. No dia 21 de agosto, 14 pessoas estiveram na planta da fabricante de latas de alumínio para bebidas, Latapack-Ball, instalada em Jacareí (SP). No dia 23 de agosto foi a vez das empresas recicladoras Aleris Reciclagem e Novelis do Brasil, ambas em Pindamonhangaba (SP), receberem 24 participantes do Seminário.

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