Pesquisa inédita da Hydro constata o retorno de pássaros em áreas em recuperação em Paragominas (PA)
Iniciado em 2017, o estudo “Diversidade de aves em três áreas em diferentes estados de conservação”, realizado em parceria pela Hydro e o Consórcio de Pesquisa em Biodiversidade Brasil-Noruega (BRC na sigla em inglês), constatou o retorno de pássaros em áreas em recuperação em Paragominas (PA), onde fica localizada a mina de bauxita da empresa. Até o momento foi encontrado o total de 228 espécies durante a pesquisa.
O objetivo da recuperação ambiental é restabelecer os elementos do ecossistema conforme o seu estágio sucessional. Após oito anos de reflorestamento, foram encontradas espécies de aves que se alimentam de sementes, frutos ou partes de plantas, e que também se reproduzem no local.
Nas áreas de floresta da Hydro Paragominas também já foram encontradas algumas aves ameaçadas de extinção, como a Ararajuba.
No caso das aves, um excelente indicador da qualidade das florestas remanescentes da área da Hydro é a presença do Gavião-real, que está no topo da cadeia alimentar e já foi encontrado na área de floresta nativa perto da mina. Isso indica que as florestas remanescentes estão em bom estado de conservação e serão fundamentais para o processo de recuperação florestal da área como fonte de colonização de espécies de aves.
“Ficamos felizes em ver que o trabalho de reflorestamento realizado na Hydro Paragominas está no caminho certo. A Amazônia é um ambiente complexo e único no planeta, que demanda atenção maior para se recuperar totalmente e, para nos ajudar a entender toda essa complexidade, contamos com o BRC”, afirma Domingos Campos, diretor de Sustentabilidade da Hydro.
“O trabalho da Hydro tem ido além do simples reflorestamento. O investimento em pesquisa permite saber se o método que está sendo utilizado em cada local está possibilitando que a área minerada seja recuperada e os animais que viviam no passado possam retornar. É aí que o BRC entra. Não vemos isso em nenhuma outra empresa da região”, afirma o professor Marcos Persio, que está liderando o projeto de pesquisa de aves.
A próxima etapa do trabalho realizado pela equipe do BRC é o monitoramento das aves por meio de colares para estudar os hábitos e movimentos dos animais. Atualmente, 10 pesquisadores trabalham no estudo das aves.
Reflorestamento
Desde 2009, quase 2.500 hectares já foram reflorestados na região da mina de Paragominas. Somente em 2020, 206 hectares receberam as mudas produzidas no próprio viveiro da empresa. Cerca de 70% do reflorestamento foi realizado com a técnica de nucleação e 30% com o plantio tradicional. A primeira consiste na formação de “ilhas” ou núcleos de vegetação com espécies com capacidade ecológica de melhorar significativamente o ambiente, facilitando a ocupação dessa área por outras espécies.
As espécies usadas na recuperação das áreas da Hydro Paragominas são referenciadas no inventário feito pela empresa, antes da extração do minério, com aproximadamente 50 espécies adaptáveis à realidade da região.
De acordo com a meta da empresa é recuperar na proporção de 1:1, ou seja, a cada 1 hectare disponibilizado no ano (área lavrada, menos a área utilizada para infraestrutura) será recuperado 1 hectare em até dois anos após a disponibilização. Estes números levam em conta a natureza dos ciclos de mineração, a busca contínua para o sucesso do reflorestamento, a conservação do ecossistema, o avanço das técnicas de reabilitação e a segurança operacional da mina.
Pesquisa
O BRC é uma iniciativa inovadora de parceria da Hydro para investir na pesquisa para o fortalecimento das estratégias de conservação da fauna e da flora amazônica, além da geração de informações que subsidiem a melhoria dos processos de recuperação florestal das áreas mineradas de bauxita em Paragominas.
A mina de Paragominas funciona como um grande laboratório natural para análises técnicas e científicas desenvolvidas pelo Consórcio, que é composto pela Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Rural da Amazônia (UFRA), do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), da Universidade de Oslo (UiO, Noruega) e profissionais da Hydro.