MRN revela jornada de restauração ecológica do Lago Batata
A jornada de restauração ecológica do Lago Batata, localizado no município de Oriximiná (Pará), no coração da Amazônia, transformou-se em modelo de gestão ambiental reconhecido pela comunidade científica. Pela primeira vez, a Mineração Rio do Norte (MRN) narra o trabalho de recuperação realizado no Lago Batata nos últimos 35 anos, seus desafios, soluções, monitoramento participativo e os efeitos dos esforços. Como resultado de programa integrado, as condições ecológicas para a vida aquática, a fauna e a flora vêm se estabelecendo.
“A decisão de contar essa história está alinhada ao compromisso da MRN com as práticas sustentáveis de mineração, o que inclui dar transparência às nossas ações socioambientais, e, no caso do Lago Batata, prestar contas do que foi feito para sua restauração, que hoje se tornou uma referência devido às suas características”, afirma Guido Germani, diretor-presidente da MRN.
A empresa partiu do desafio de reverter os danos ambientais causados pelo depósito do rejeito da bauxita no lago na década de 80 – mesmo que realizada com a anuência da legislação da época.
Apesar de ser um material atóxico, composto por água e diferentes tipos de argila, a fauna e a flora foram alteradas em maior ou menor grau. Assoreamento, morte de áreas de igapó, mudança das áreas alagadas e turbidez da água foram alguns dos danos ambientais.
“A partir da iniciativa de muitos, iniciou-se o processo de recuperação ambiental, que vem obedecendo a rigorosos critérios científicos e que se alinharam ao conhecimento tradicional. Tudo isso levou ao sucesso desta grande empreitada, cujos resultados, acreditamos, devem ser compartilhados”, destaca o executivo.
Conduzido pela MRN, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desde 1989, o programa é apontado como trabalho científico inédito por restaurar um lago amazônico com ecossistema heterogêneo e grande diversidade de vegetação. A complexidade do “mosaico de ecossistemas” do Batata foi tema de 99 publicações científicas nacionais e internacionais. Baseado nos princípios da sustentabilidade, integridade e respeito às pessoas, o investimento acumulado para essa restauração ecológica supera os R$ 31,5 milhões.
Evidências do Programa de Monitoramento e Estudos Ecológicos no Lago Batata:
- 120 hectares de mata de igapó vegetalizados, que equivale a 111 campos de futebol.
- 150 espécies de peixes foram registradas na área impactada.
- Mais de 800 mil mudas de espécies de igapó plantadas.
- Média de 8,53 NTU no índice de turbidez da água na área impactada. O valor é bem abaixo do limite (100 NTU), pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
- 99 publicações científicas, sendo 78 artigos e 21 capítulos de livros, abordando o trabalho de restauração do Lago Batata.
Usina de conhecimento da Amazônia
O Lago Batata tornou-se uma usina de conhecimentos em áreas da ciência ainda pouco conhecidas no Brasil e no exterior, aponta Francisco de Assis Esteves, que é biólogo, doutor em Limnologia, pesquisador e professor da UFRJ.
“Hoje, o Batata é um modelo de gestão ambiental bem-sucedido e isso se deve às pesquisas ecológicas desenvolvidas há décadas. O imenso banco de informações vem dando suporte para a tomada de decisões e aplicação de tecnologias baseadas na natureza, visando à restauração ambiental”, explica o especialista.
“Conhecer o funcionamento do Batata baseado em monitoramento robusto e de longa duração forneceu subsídios para manejar áreas onde a regeneração natural não ocorreu. A ciência aprendeu com a natureza como recuperar um lago de inundação”, registra Fábio Roland, doutor em Ecologia e Recursos Naturais e professor da UFRJ.
O monitoramento limnológico foi usado para indicar condições do ecossistema como um todo, fornecendo indicadores como a presença de organismos e microrganismos que atestam se água é adequada para vida aquática.
Parte do compromisso com a reparação do Batata foi com a transparência na condução do processo e o diálogo em cada etapa desse trabalho.
“Com o tempo e com os esforços da MRN e de muitas partes interessadas, o Lago Batata vai se recuperando. O legado que queremos deixar para as comunidades e para a Amazônia é construir o futuro gerando desenvolvimento econômico com respeito às pessoas e ao meio ambiente”, acrescenta Guido Germani, diretor-presidente da MRN.