Começou ontem, 24 de abril, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, o V Congresso Internacional do Alumínio, XI Seminário Internacional do Alumínio e ExpoAlumínio 2012 – maior encontro do setor das Américas.
Durante a solenidade de abertura do encontro, assistida por 600 pessoas em dois auditórios, o presidente da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), Adjarma Azevedo, mencionou o desenvolvimento da indústria do alumínio no Brasil, destacando o aumento da taxa média de crescimento do consumo doméstico de produtos de alumínio em 9,8% nos últimos cinco anos, resultado do empenho do governo em melhorar a renda da população. Crescimento que, segundo Azevedo, levará o Brasil a triplicar seu consumo de alumínio até 2025. “Será um mercado de 4,5 milhões de toneladas”, disse.
“Mas se a ocasião é de grandes oportunidades para o nosso setor e para o País, é também de enormes desafios, pois da mesma forma que se vivencia um momento excelente para os negócios, a indústria do alumínio sofre com a pressão dos custos de produção, com a perda de sua competitividade e com ameaças crescentes dos produtos importados.” alertou Adjarma Azevedo.
Na sequência, um painel sobre o futuro da indústria brasileira do alumínio reuniu os presidentes das principais empresas de alumínio primário e de transformação. O presidente da Alcoa para a América Latina, Franklin Feder, aproveitou a ocasião para esclarecer sobre as notícias de um possível fechamento da fábrica em Poços de Caldas (MG): “a fábrica de Poços é integrada e, por causa dos custos de energia, o que está em risco é apenas a atividade de produção de alumínio primário”.
Ainda em relação aos custos da energia, João Bosco Silva, diretor superintendente da Votorantim Metais – CBA, empresa que opera com 85% de autogeração, mostrou sua preocupação ante as incertezas sobre a renovação das concessões de energia elétrica para 2015.
Marco Antonio Palmieri, presidente da Novelis para a América do Sul, destacou a diversificação da empresa em laminados nos próximos anos, sobretudo no setor automotivo, mas também ponderou sobre o suprimento de metal para a transformação: “Se a indústria brasileira não for competitiva, teremos de buscar alumínio no mercado externo”.
Sobre suprimento de metal, Jorge Luis Nunes, presidente da Albras (produtora de alumínio primário pertencente a Norsk Hydro), revelou que a empresa pode internalizar todo seu alumínio para o mercado interno, “ Estamos conversando com o governo e a parcela dedicada ao Japão poderá vir para o Brasil, dependendo da viabilidade econômica”, disse.
De acordo com o vice-presidente da ABAL, Paulo Magalhães, à despeito de todas as dificuldades em relação à de competitividade do setor, as indústrias de transformação não deixaram de investir no país e hoje existe uma grande ociosidade no parque industrial do alumínio. “A solução para alavancar o setor deve partir do governo, através de incentivos como a desoneração da folha de pagamentos”. Magalhães também reclamou dos altos custos de financiamento, “que leva a lucratividade da empresa para os cofres dos bancos”, ressaltou.
Representando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos, encerrou a solenidade de abertura declarando que o governo está solidário à indústria do alumínio e na busca de soluções para a retomada da competitividade do setor, “no entanto, a tributação sobre insumos básicos essenciais, como a energia, além dos custos sobre o trabalho são os principais desafios em termos de uma política industrial”.
ExpoAlumínio 2012
Ao término da cerimônia de abertura do Congresso e Seminário de Reciclagem de alumínio, presidentes da ABAL e das empresas do setor inauguraram oficialmente a ExpoAlumínio 2012, a principal feira de negócios do setor, com 80 estandes de empresas nacionais e internacionais expondo maquinas, equipamentos, insumos e produtos para toda a cadeia produtiva do alumínio e setores consumidores do metal. A expectativa de público para os três dias de exposição (24 a 26 de abril) é de 15 mil visitantes.