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ABAL na Mídia: associação vai recorrer de decisão sobre antidumping contra alumínio chinês

3 de fevereiro de 2022

 

Por Ana Paula Machado — Valor Econômico

O setor de alumínio no Brasil trava mais uma batalha contra produtos chineses. Uma investigação de antidumping foi aberta para produtos laminados em 2020 e, no último dia 28, a Secretaria de Comêrcio Exterior (Secex) encerrou o processo sem a aplicação de taxas para o material importado. Inconformada, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) vai recorrer da decisão da secretaria.

Segundo a ABAL, o processo de investigação foi aberto em julho de 2020 pela Secex com base em petição apresentada pela entidade. Para embasar o pedido, foi apresentando um estudo econômico que demonstrava a existência de práticas de dumping e de dano à indústria nacional. Em fevereiro de 2021, em caráter preliminar, a Secex, constatou a existência de dumping.

“Ficamos surpresos com a decisão da Secex, que reconhece a existência de dumping mas, ao mesmo tempo, alega que não havia nexo de casualidade, ou seja, não tinha como comprovar que as perdas na indústria nacional foram por causa das importações de laminados chineses”, disse Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.

Durante a investigação, no entanto, segundo Donas, a ABAL forneceu todos os dados sobre o comportamento das importações de laminados de alumínio de 2015 a 2019. Pelos dados, a produção nacional cresceu 23%. Neste mesmo período, as importações de laminados provenientes da China cresceram 212%.

“Os volumes e valores absolutos dos produtos objeto da investigação não são públicos, em razão da possibilidade de identificação de dados individuais das empresas peticionárias e demais envolvidos”, informou a ABAL.

Além do salto no volume importado, as compras de laminados da China representavam em 2015 menos de 10% da produção nacional e passaram para mais de 24% em 2019, último período considerado na investigação, segundo a entidade.

“Daí a surpresa com o desfecho do processo, uma vez que a própria Secex já havia reconhecido a deterioração dos indicadores da indústria doméstica. Por isso, vamos recorrer administrativamente da decisão.”

Segundo Donas, a resolução da Secex vai na contramão dos esforços de outros países em coibir práticas comerciais desleais da China no mercado de alumínio.

“Outros países e blocos econômicos, como Estados Unidos, Argentina, México, Índia, Turquia, Rússia e União Europeia também aplicam direitos antidumping e medidas compensatórias contra importações chinesas neste mesmo segmento”, ressaltou.

A dirigente da ABAL afirmou que essa decisão “fragiliza” bastante o setor no Brasil.

“Além do país passar a ser o destino das exportações chinesas de laminados, não dá uma sinalização ao mercado de qual é o modelo de crescimento que o Brasil quer seguir, se o favorecimento das importações ou da indústria nacional.”