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Alumínio: versatilidade e vantagens para o setor de transporte

2 de janeiro de 2003

O uso de alumínio no setor de transportes vem sendo amplamente discutido no Brasil nos últimos 30 anos

O uso de alumínio no setor de transportes vem sendo amplamente discutido no Brasil nos últimos 30 anos. Nesse período, fabricantes e transformadores têm empreendido inúmeros esforços no sentido de ampliar as possibilidades de aplicação do metal em implementos rodoviários, com grande sucesso em segmentos como o de furgões (ou carroceria fechada) nas suas formas sobre chassis ou semi-reboque. O alumínio também é muito utilizado em carrocerias especiais para transporte de bebidas e tem aplicações em vários outros segmentos, como os de carretas, trailers, vagões e carros-tanque, além da indústria naval e aeronáutica. Tamanha versatilidade de uso vem das características do alumínio, que fazem dele o material mais adequado para uma infinidade de aplicações em transportes. Uma das principais é a relação resistência/peso, que garante o sucesso de sua utilização em projetos estruturais. Além disso, sua alta resistência à corrosão permite o transporte de uma ampla gama de produtos químicos e alimentícios, sem que suas propriedades sejam alteradas. O alumínio pode, ainda, adquirir as mais variadas formas, por meio de processos e tecnologias já disponíveis, oferecendo fácil manuseio e soluções altamente criativas e econômicas. Por suas características, o alumínio apresenta uma série de vantagens para uso em projetos de transportes.

Entre elas, destacam-se:

Leveza

A densidade do alumínio é aproximadamente 1/3 da densidade de outros metais utilizados no setor de transporte, como o aço, o cobre e o zinco. Isso significa que um componente em alumínio pesa três vezes menos o peso de um mesmo componente feito com qualquer desses metais. Esse atributo do alumínio resulta em veículos mais leves, que consomem menos combustível e, principalmente, podem transportar mais carga útil. A redução de peso proporcionada pelo alumínio resulta, ainda, em menor consumo de pneus e de lubrificantes, maior eficiência operacional (veículos mais leves desenvolvem maior velocidade média e fazem mais viagens por dia, possibilitando a redução da frota), menos desgaste do veículo e custos mais baixos de manutenção.

Relação resistência/peso

Quando adicionado de pequenas quantidades de outros materiais, como magnésio, silício, zinco, cobre e outros, o alumínio apresenta propriedades mecânicas bastante interessantes. Essa possibilidade fez do alumínio um material chave para o desenvolvimento da indústria aeronáutica ao longo do século 20. As modernas ligas de alumínio utilizadas na indústria aeroespacial podem apresentar limites de resistência à tração da ordem de 50 kg/mm2, tão altos quanto aqueles de aços considerados especiais. As ligas classificadas como de média resistência, utilizadas pela indústria em geral já há algumas décadas, apresentam limites de resistência à tração entre 25 e 30 kg/mm2, equivalente aos aços comuns utilizados em construção mecânica. A combinação dessas propriedades mecânicas com a baixa densidade faz do alumínio um dos materiais com melhor relação resistência/peso disponíveis para a indústria de transportes.

Resistência à corrosão

O alumínio apresenta excelente resistência à corrosão, mesmo quando utilizado em ambientes naturalmente agressivos ou com altos índices de poluição industrial. Essa característica pode ser bastante melhorada por meio de processos de tratamentos de superfície, como a anodização e a pintura eletrostática. A resistência à corrosão torna imbatível a aplicação do alumínio em setores como o de alimentos, em que a higienização e conservação são fundamentais. O metal permite transportar grande variedade de produtos alimentícios sem contaminação ou alteração de suas propriedades.

Trabalhabilidade

O alumínio e suas ligas podem ser trabalhados normalmente por quaisquer dos processos desenvolvidos para transformar metais: pode ser fundido, laminado, extrudado, trefilado, soldado, forjado, estampado, dobrado, usinado, colado, rebitado, parafusado. Além disso, o alumínio também pode ser pintado, com todas as garantias de aderência da tinta e permanência da cor, permitindo acabamentos que não só destacam o aspecto estético, como melhoram ainda mais a resistência natural do material à corrosão.

Disponibilidade

Além de ser o metal mais abundante na natureza, muitos investimentos foram feitos ao longo do último século para ampliar a produção e incentivar a reciclagem do alumínio. O consumo mundial está em torno de 28 milhões de toneladas por ano, enquanto a produção atinge cerca de 21 milhões de toneladas. A diferença é suprida pela reciclagem. No Brasil, são produzidas anualmente cerca de 1,2 milhão de toneladas de alumínio primário, para um consumo de cerca de 700 mil toneladas. Com o crescente volume de reciclagem, pode-se prever, mesmo a longo prazo, uma grande disponibilidade de metal no país.

Beleza

O alumínio tem uma aparência naturalmente agradável e moderna. É um material que não se deteriora com o tempo, mantendo sempre seu aspecto original. Carrocerias e peças de veículos em alumínio são vistos como diferenciados, modernos e limpos. O metal confere um aspecto de inovação ou de “tecnologicamente avançado” ao veículo.

Reciclabilidade

O alumínio pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas características e com grande valor residual. Além de poupar o meio ambiente, a reciclagem do alumínio utiliza apenas 5% da energia necessária para a produção do metal primário. No Brasil, as latas de alumínio para bebidas são o melhor exemplo das possibilidades da reciclagem. O país detém a liderança no ranking mundial com um índice de 85%. A reciclagem cria uma atividade econômica adicional, que resulta em empregos, renda e impostos.

Grande potencial no Brasil

Apesar de todas as suas vantagens e possibilidades de aplicação, o alumínio ainda é pouco utilizado no setor de transportes no Brasil e tem um grande potencial a ser desenvolvido. Entre as causas da pouca utilização está a falta de conhecimento do mercado sobre o metal, que é relativamente novo no cenário industrial mundial. O processo para sua produção foi desenvolvido em 1886, mas sua efetiva disponibilização para a indústria ocorreu somente depois da Segunda Guerra Mundial. A partir dos anos 1940, houve um crescimento vertiginoso na área de tecnologia de transformação do alumínio, mas a disseminação dessa tecnologia não aconteceu no mesmo ritmo. Até hoje, por exemplo, o alumínio é muito pouco difundido nos meios universitários. Engenheiros, designers e projetistas são formados sem receber qualquer informação sobre as possibilidades de utilização do alumínio, especialmente em projetos de transportes rodoviários. Vagões de alumínio: mercado promissor no Brasil. O Brasil se ressente, também, da falta e/ou disseminação de tecnologias voltadas para o alumínio. As tecnologias disponíveis nas áreas de solda, colagem, conformação e fundição são acessíveis apenas às grandes empresas, que têm capacidade de investimento, ao contrário do que acontece nos países industrializados, onde as empresas de pequeno e médio porte têm acesso fácil aos novos processos e à mão de obra especializada. Entre todos os entraves à maior utilização do alumínio em transportes no país, porém, o principal é a avaliação equivocada da relação custo/benefício. Na análise da viabilidade do uso do alumínio em implementos rodoviários não se pode considerar apenas o investimento inicial. É preciso considerar uma série de outros aspectos, a começar pela diferença de peso entre um equipamento em alumínio e o seu correspondente em aço, por exemplo, fator já suficiente para justificar o investimento adicional. A receita adicional de frete, somada às economias operacionais proporcionadas pela redução do peso, resultará no retorno do investimento em poucos meses. Há muitos outros fatores a considerar, como a facilidade de limpeza, a conservação e manutenção do veículo, sua longa vida útil, a maior segurança em muitas aplicações, o valor residual do alumínio e, até, a aparência diferenciada do veículo, que acrescenta valor à imagem da empresa.

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