Artigo: diretor da Termomecanica destaca aplicação do alumínio no setor de energia
Por Luiz Henrique Caveagna, diretor Geral da Termomecanica
A utilização do alumínio no setor de energia tem ganhado cada vez mais espaço e o mercado de cabos e fios deste material vem crescendo anualmente. Mesmo com queda de 4,2% no consumo de alumínio em 2020, o mercado de cabos elétricos foi exceção e registrou aumento no consumo, passando de 193 mil toneladas em 2019, para 213 mil t no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL).
Responsáveis por conduzir e transportar energia elétrica, os cabos e fios de alumínio apresentam vantagens que contribuem para o crescimento do setor. Além do preço mais baixo, o material apresenta menor peso e consequente leveza, resistência mecânica, alto nível de condutividade elétrica conjugada ao peso, boa condutividade térmica, boa refletividade, não é magnético e possui fácil trabalhabilidade. Além disso é infinitas vezes reciclável, um fator fundamental no quesito sustentabilidade.
No entanto, o alumínio divide o posto de metal mais utilizado no setor juntamente com o cobre, outro material responsável por atender as demandas da indústria energética e que conta com um papel fundamental neste mercado. Desta forma, cada um apresenta características particulares que atendem determinadas aplicações dentro dos mais variados projetos de condução e distribuição de energia.
Aplicações no setor de energia
É importante salientar que os cabos e fios, sejam de alumínio ou de cobre, atendem todos os setores que dependem de transmissão de energia. Desde a construção civil, até o segmento elétrico, passando pela indústria do petróleo, de máquinas e equipamentos. Ou seja, qualquer setor que necessite transmitir energia elétrica em alguma etapa de seu processo, o que culmina em quase todo sistema de produção.
Diante deste cenário, é nítida a variação de aplicações destes produtos e, não havendo um material que seja hegemônico em todas as utilizações, é importante conhecer onde cada tipo de metal é mais utilizado e as características que fazem destes materiais os mais indicados para o setor.
Apesar de todas as vantagens mencionadas no uso do alumínio, há aplicações em que o cobre passa a ser mais indicado, seja por segurança de uso ou por exigência do projeto. Considerando-se usos elétricos, o cobre é mais utilizado em instalações de centrais elétricas, transformadores de alta potência, conexões de redes próximas e de alta capacidade, interligações de regiões urbanas mais próximas, instalações subterrâneas e, principalmente, em aplicações onde a temperatura de trabalho seja mais alta e, consequentemente, a resistência mecânica seja mais exigida nestas temperaturas. No Brasil é um metal utilizado principalmente na construção civil, no segmento residencial e, em geral, nas redes urbanas de energia, notadamente em instalações sob o solo.
Em geral, o alumínio é uma solução bem mais econômica quando a transmissão de energia envolver distâncias mais longas (transmissão, distribuição entre regiões urbanas), construção civil de galpões longos, qualquer aplicação para transporte de energia onde a temperatura não seja muito alta (até 200 a 250 ºC). Isso acontece porque o alumínio pesa um terço quando comparado ao cobre e transmite 62% da energia transmitida pelo outro metal, o que traz sua vantagem peso versus quantidade de energia conduzida. Assim, ele permite, por exemplo, a utilização de vãos maiores entre torres em uma linha de transmissão, com custo consideravelmente menor. Além disso, o alumínio custa cerca de 25% do valor do cobre.
Sustentabilidade do Alumínio no setor de energia
A aplicação do alumínio traz ganhos sustentáveis em diversas aplicações e segmentos. No setor de energia esse benefício também ganha destaque. Em projetos de linhas de transmissão, por exemplo, há economia no material das torres, exige menos dos veículos de transporte na medida em que é mais leve, o que, consequentemente, diminui o consumo de combustível.
Pelo fato de ser infinitamente reciclável, a reutilização do alumínio poupa o planeta da extração de mais minério e de maior dispêndio de energia para ser produzido. Quando reciclado, o metal consome 19 vezes menos energia do que o mesmo alumínio obtido a partir do minério, além de produzir apenas 5% de particulado na atmosfera do que dispenderia se produzido a partir de seu minério.
Luiz Henrique Caveagna é diretor Geral da Termomecanica