Com apoio da MRN, Programa Quelônios do Rio Trombetas (PA) salva espécies de extinção – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Com apoio da MRN, Programa Quelônios do Rio Trombetas (PA) salva espécies de extinção

10 de dezembro de 2020

 

Os primeiros 30 mil filhotes de tracajás (Podocnemis unifilis), pitiús (P. sextuberculata) e tartarugas-da-amazônia (P. expansa) da temporada 2020 do Programa Quelônios do Rio Trombetas (PQT) nasceram até o momento na Reserva Biológica do Rio Trombetas (Rebio Trombetas). As ações de manejo reprodutivo desses quelônios são realizadas anualmente na região dos tabuleiros do alto rio Trombetas e no Lago Erepecu, município de Oriximiná, no oeste do Pará.

O PQT é desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em parceria com a Mineração Rio do Norte (MRN), o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e mais de 100 comunitários quilombolas voluntários, totalizando 28 famílias que trabalham na proteção, manejo e monitoramento de ninhos, ovos e filhotes nos tabuleiros de desova.

Este ano, o modelo do programa precisou ser readequado para atender as normas de segurança preventiva das autoridades de saúde por conta da pandemia de covid-19. O número de praias protegidas (chocadeiras) foi reduzido de 12 para 6.

“Houve a necessidade de adaptação das ações, principalmente no que se refere à participação dos comunitários voluntários do programa. Essa redução não afetou o esforço da busca de ninhos e a efetiva proteção dos quelônios. Mantivemos em funcionamento as chocadeiras nas praias protegidas, onde as famílias voluntárias são residentes, evitando que elas tivessem que deslocar suas residências para praias protegidas para não ocorrer aglomeração de famílias diferentes em uma mesma área”, explica Marco Aurélio da Silva, coordenador de pesquisa e monitoramento do Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) Trombetas.

Tradicionalmente, os nascimentos dos filhotes de tartaruga-da-amazônia, tracajá e pitiú ocorrem a partir de novembro até o final de janeiro, dependendo da espécie na região do Tabuleiro e no Lago Erepecu.

“Não podemos prever números, mas, apesar dos desafios adicionais impostos pela pandemia, esperamos para a temporada 2020-2021 um número maior de nascimentos do que a média dos últimos anos devido a alterações que realizamos em algumas áreas do PQT que viabilizaram a proteção de um número maior de ninhos desses quelônios”, declara Marco Aurélio.

Os filhotes nascidos nas praias protegidas são mantidos por 10 a 15 dias em cativeiro até serem liberados no ambiente natural para que tenham maior capacidade de fuga dos predadores naturais, aumentando assim a chance de sobrevivência dos quelônios no primeiro mês de vida. Para os eventos de soltura, demonstrativos das atividades do programa no final da temporada, em geral, são reservados os últimos 10 mil filhotes a nascerem no ciclo de 2020.

Dedicação

Todos os voluntários do PQT são das comunidades quilombolas residentes da Reserva Biológica do Rio Trombetas como Último Quilombo, Nova Esperança do Lago do Erepecu e as comunidades da região dos tabuleiros do alto rio Trombetas, que participam ativamente.

“É gratificante para a Mineração Rio do Norte acompanhar o engajamento destes comunitários que, mesmo apesar da pandemia, mantêm o compromisso com esse tão relevante programa realizado em nossa região”, declara Genilda Cunha, analista de Relações Comunitárias da empresa.

Iniciado na década de 80, o PQT é um dos programas de conservação de fauna mais antigos do Brasil e já evitou a extinção das três espécies que são protegidas e soltas anualmente na bacia do rio Trombetas.

“O PQT presta um relevante serviço de preservação dos quelônios, pois as comunidades locais têm o programa como exemplo de conscientização sobre a necessidade de conservação dos recursos naturais. A pandemia dificultou muito o planejamento das ações do PQT, mas demonstrou aos seus participantes que a soma de esforços entre comunidades, órgãos públicos, instituições de ensino e pesquisa e da iniciativa privada é o mais importante para o sucesso de um programa de conservação desse vulto”, conclui Marco Silva.