Diversidade como competitividade
Organizações mais inclusivas estão mais conectadas com a realidade na qual operam seus negócios
A ABAL recebeu no dia 11 de junho o educador e escritor Reinaldo Bulgarelli para falar sobre a diversidade como fator de competitividade nas empresas. A conversa com os associados ocorreu durante o encontro do GT de Relações Trabalhistas e Sindicais da entidade.
Para Bulgarelli, que é autor do livro Diversidade somos Todos – Valorização, Promoção e Gestão da Diversidade nas Organizações (Ed. Cultura), a diversidade não são as diferenças, mas um conjunto de singularidades e que todos possuem. “Por essa razão, empresas que valorizam a diversidade fazem mais do que gostar do outro, elas gostam da interação entre as pessoas, são empresas as que gostam de gente”, simplificou.
Consultor (Txai Consultoria e Educação) e coordenador de cursos sobre o tema em universidades como FGV-SP, Unicamp, Fundação Don Cabral e Instituto Palas Athena, Bulgarelli também destaca que a diversidade melhora a conexão das empresas com a realidade na qual elas operam seus negócios: “Quanto mais diversidade, mais conexões. O que favorece um planejamento a partir de bases mais amplas porque considera mais perspectivas”.
Bulgarelli citou o guru do marketing Phillip Kotler ao afirmar que “clientes escolhem produtos, serviços e empresas que satisfaçam suas necessidades mais profundas de criatividade, comunidade e idealismo”, para um alerta: como as empresas estão escolhendo seus colaboradores e como elas serão escolhidas pelas novas gerações? “Organizações mais inclusivas, tolerantes, respeitosas atraem gente mais criativa e talentosa”, ressaltou.
O palestrante encerrou sua participação elogiando a recém-lançada campanha #Alumine-se como um bom exemplo de ação institucional e sugeriu ao Grupo de Trabalho que fomentasse mais a diversidade entre as empresas associadas. “Tem certos temas que são muito difíceis para levar para dentro das organizações, porque não usar a ABAL como fórum para discuti-los?”, citando como desafios o cumprimento das cotas de menores-aprendiz e de pessoas com deficiências, além de ampliar o número de mulheres e negros em todos os cargos e funções das empresas.
Na sequência, o gerente de Relações Trabalhistas da Alcoa Alumínio, Luiz Burgardt, contou a experiência da empresa com a inclusão de profissionais com deficiência, processo que iniciou em 2001 e que, dez anos depois, em 2011 fez com que toda a companhia superasse o número de trabalhadores exigidos pela lei das cotas.
Burgardt resumiu sua experiência em três sugestões para aqueles profissionais envolvidos no processo de inclusão nas empresas: 1º perguntar: procurar pessoas, empresas, instituições sérias que conheçam e entendam o processo; 2º negociar: buscar resolver as questões pendentes sempre de forma administrativa, evitando tratar o assunto no âmbito legal; e 3º dialogar insistentemente com as partes envolvidas.
“Nessa jornada, quando percebem que você quer realmente fazer o que é certo, aquelas pessoas que no início eram totalmente críticas, tornam-se seus melhores parceiros”, explicou o executivo.