Evento ABAL Insights: entidade estima crescimento de 12,2% no consumo de alumínio em 2021 – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Evento ABAL Insights: entidade estima crescimento de 12,2% no consumo de alumínio em 2021

10 de dezembro de 2021

 

No dia 8 de dezembro, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) promoveu o ABAL Insights – Tendências, evento online com a participação das empresas associadas e demais stakeholders para debater o atual cenário do mercado, além de contar com previsões econômicas e de consumo para 2022.

Segundo levantamento realizado pela entidade, de janeiro a setembro deste ano, o consumo doméstico de produtos transformados de alumínio foi de 1,193 mil t, incluindo as importações de produtos manufaturados e semimanufaturados. O volume representa um crescimento de 16,5% em relação ao mesmo período de 2020.

“Destacamos principalmente os segmentos de extrudados e laminados, que, juntos, representam 71% do total do mercado e tiveram crescimento, respetivamente, de 28,7% e 20,4%. O único segmento que apresentou queda foi o de cabos, com -13,8%, devido à conclusão de projetos de expansão das linhas de transmissão de energia no país”, explica Janaina Donas, presidente-executiva da ABAL.  

Avaliação por mercado consumidor

O setor de Embalagens – que representa 40% do consumo total – registrou aumento de 16%, com 482 mil t, contra igual período de 2020, impulsionado por latas para bebidas. Com exceção de Eletricidade, todos os segmentos cresceram dois dígitos:

  • Transportes: 35,6%, com 179,6 mil t
  • Construção civil: 28,2%, com 124,4 mil t
  • Eletricidade: -11,9%, com 150,1 mil t
  • Bens e consumo: 29,4%, com 124,4 mil t
  • Máquinas e equipamentos: 30,7%, com 34,5 mil t
  • Outros: 14,3%, com 97,4 mil t

“Nossa expectativa é positiva para este ano e devemos fechar com aumento de 12,2% sobre 2020. Essa projeção é 3 pontos percentuais inferior ao que havíamos divulgado em agosto, mas é importante destacar que o consumo deste ano, de 1,598 mil t, ficará acima do patamar obtido em 2013, quando houve pico de 1.513,0 mil t. Entendemos que essa é uma boa performance, pois estamos vindo de um ano pós-pandemia”, explica a dirigente.

Próximo ano

A ABAL realizou um levantamento junto às empresas associadas para medir as expectativas com relação ao desempenho do mercado de produtos transformados de alumínio. A entidade estima um crescimento de 3,3% do consumo em 2022, com volume de 1,651 mil t.

“O setor está cauteloso nas projeções, uma vez que a performance nos dois últimos anos foi atípica devido aos impactos da pandemia. É natural que o crescimento de 2021 seja relativamente maior do que o crescimento previsto para 2022. Soma-se a isso, a expectativa de volatilidade dos mercados, algo natural em anos de eleições, devido às incertezas com a conjuntura política e econômica”, comenta Janaina. 

Gargalos de competitividade

Ricardo Carvalho, presidente do Conselho Diretor da ABAL, lembrou que, hoje, a indústria do alumínio brasileira fatura R$ 88 bilhões por ano, paga R$ 19 bilhões em impostos e gera 424 mil empregos.

Para o executivo, a trajetória do setor sempre foi marcada por momentos desafiadores, no enfrentamento de crises para superação de gargalos de competitividade e os desequilíbrios no cenário internacional. No entanto, o mercado segue otimista, apesar de cauteloso.

“O setor tem mostrado resiliência para buscar alternativas e soluções que nos permitam continuar operando mesmo em momentos difíceis. Seguimos investindo em melhoria de processos, aumento da capacidade produtiva, inovação e sustentabilidade para fortalecer a competitividade. Até 2025, as empresas já anunciaram cerca de R$ 6 bilhões em investimentos”, conta.

Na visão de Carvalho, todos os elos da cadeia produtiva do alumínio podem colaborar com a retomada do crescimento do país: há recursos naturais abundantes e as empresas operam a partir das melhores práticas em gestão ambiental, social e corporativa, entre outros elementos importantes.

No entanto, será preciso enfrentar dificuldades para o fortalecimento da indústria do alumínio, que incluem: alto custo com energia e gás natural, falta de competitividade interna para maior abertura comercial, possíveis aumentos de tributos, como a alíquota da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) — incidente na mineração de bauxita —, que vem sendo discutida na Reforma Tributária.

Cenário econômico

Durante o evento online, o economista Fernando Sampaio, sócio-diretor da LCA Consultores, apresentou as perspectivas econômicas para o país.

“No Brasil, vemos uma economia que se recuperou depressa do tombo espetacular que a pandemia da Covid-19 trouxe. Porém, desde janeiro, está praticamente estagnada. As expectativas para 2022 também vêm caindo: era de crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e, hoje, a média do mercado apurada pelo Banco Central está em 0,51%. Isso ocorre por causa do aumento da inflação, perspectiva de aumento dos juros, além das incertezas políticas e do descontrole das contas públicas”, comenta Sampaio.

No mercado de trabalho, houve a perda de 12 milhões de postos, cujas vagas vêm sendo recuperadas.

“O impacto não foi ainda maior porque teve o auxílio emergencial, que limitou a queda do PIB e amenizou a crise econômica e social. Depois de repor essas vagas, a expansão do trabalho será mais lenta e deve caminhar para a trajetória parecida com o pré-pandemia”, explica.

Segundo o consultor, a inflação global afetou muito o Brasil: além do aumento do custo do frete e das matérias-primas, houve a alta do dólar.

“A gente espera que o dólar pare de subir e que a inflação seja menor, o que deve ajudar no poder de compra do trabalhador. É o consumo que vai impedir que o PIB caia em 2022”, ressalta.

Fonte: Portal Revista Alumínio