Indústria do alumínio prevê crescimento de 7,9% em 2004
De acordo com projeções da ABAL, consumo doméstico deverá atingir o patamar de 723,2 mil toneladas este ano
A indústria brasileira de alumínio deverá fechar o ano com um aumento de 7,9% no consumo doméstico de produtos transformados de alumínio – passando das 670,4 mil toneladas registradas em 2003 para 723,2 mil toneladas em 2004. De acordo com dados da ABAL – Associação Brasileira do Alumínio, o consumo no mercado brasileiro somou, no primeiro semestre deste ano, 344,2 mil toneladas – volume que deverá totalizar 379 mil toneladas na segunda metade do ano. Segundo a entidade, o maior destaque do ano será registrado no setor de fundição (alta de 24,1% ante o resultado de 2003), refletindo o bom desempenho do segmento de transportes. “Como o setor é muito dinâmico e o metal está presente nas mais variadas aplicações, o aumento do consumo de alumínio está acompanhando o aquecimento da economia brasileira. Assim, todos os indicadores já sinalizam que o segundo semestre também deverá registrar incrementos importantes”, avalia o coordenador da Comissão de Economia e Estatística da ABAL, Luis Carlos Loureiro Filho.
Exportações também crescem
As previsões da ABAL também são otimistas com relação ao desempenho do setor na balança comercial brasileira. No primeiro semestre de 2004, foram exportadas 532,1 mil toneladas de alumínio e seus produtos. A previsão é alcançar, até o final do ano, um volume de 1,1 milhão de toneladas, com crescimento de 6,6% em relação ao ano de 2003. Destaque deve ser dado ao aumento das exportações de produtos semis e manufaturados, que já apresentaram acréscimo de 17,7% no primeiro semestre do ano – 107,9 mil toneladas contra 91,7 mil toneladas – e devem apresentar crescimento de 21,4% no ano de 2004 – 232,8 mil toneladas contra 191,7 mil toneladas registradas em 2003. Segundo Loureiro, estes números podem ser explicados pelos esforços feitos pelas empresas do setor em conquistarem cada vez mais espaço no mercado externo com produtos de maior valor agregado. “As indústrias estão se concentrando cada vez mais em agregar valor às suas exportações, e isso já se reflete nos dados da balança comercial brasileira. Apesar de as vendas externas de alumínio bruto deterem ainda a maior participação do total, assistimos ao aumento consistente das exportações de produtos semis e manufaturados”, pondera. Com as exportações, a indústria do alumínio deve registrar no final de 2004 receitas da ordem de US$ 2,7 bilhões – 25,8% a mais que os US$ 2,1 bilhões registrados em 2003. Ao mesmo tempo em que as vendas externas de alumínio apresentam resultados animadores, diminuem as importações brasileiras – as projeções da ABAL para 2004 são de um total de US$ 352 milhões – 1,1% a menos que os US$ 356 milhões registrados ao longo de 2003. Produção crescente O bom desempenho da indústria em 2004 também se observa no aumento da produção de alumínio primário, que totalizou 1,381 milhão de toneladas em 2003 e deverá chegar a 1,464 milhão de toneladas em 2004 – uma variação de 6,1%. No primeiro semestre deste ano, foram produzidas 720,5 mil toneladas de alumínio; no restante do ano, esse volume deverá passar para 743,9 mil toneladas.
(Unidade: 1000 toneladas)
|
Consumo Doméstico de ProdutosTransformados de Alumínio
|
|||||||||
Composição
|
2003
|
2004
|
Variação 2004/2003 (%)
|
||||||
1º sem
|
2º sem
|
Ano
|
1º sem
|
2º sem
|
Ano (p)
|
1º sem
|
2º sem
|
Ano
|
|
Consumo Doméstico | |||||||||
Chapas e lâminas |
123,1
|
142,9
|
266
|
126,7
|
148,7
|
275,4
|
2,9
|
4,1
|
3,5
|
Laminação pura |
110,5
|
130,3
|
240,8
|
113,5
|
133,8
|
247,3
|
2,7
|
2,7
|
2,7
|
Laminação artefatos |
10
|
10,1
|
20,1
|
10,6
|
12,3
|
22,9
|
6,0
|
21,8
|
13,9
|
Laminação impactados |
2,6
|
2,5
|
5,1
|
2,6
|
2,6
|
5,2
|
0
|
4,0
|
2,0
|
Folhas |
30,3
|
30,3
|
60,6
|
30,2
|
31,8
|
62
|
-0,3
|
5,0
|
2,3
|
Extrusão |
57,8
|
61,5
|
119,3
|
63,2
|
62,8
|
126
|
9,3
|
2,1
|
5,6
|
Fios/cabos |
22,4
|
28,8
|
51,2
|
22,4
|
33
|
55,4
|
0
|
14,6
|
8,2
|
Fundição |
54,8
|
53,1
|
107,9
|
67,4
|
66,5
|
133,9
|
23
|
25,2
|
24,1
|
Pó |
7,3
|
8,1
|
15,4
|
8,6
|
8,5
|
17,1
|
17,8
|
4,9
|
11,0
|
Destrutivos |
18,3
|
18,9
|
37,2
|
19,3
|
21,2
|
40,5
|
5,5
|
12,2
|
8,9
|
Outros |
6,2
|
6,6
|
12,8
|
6,4
|
6,5
|
12,9
|
3,2
|
-1,5
|
0,8
|
Total |
320,2
|
350,2
|
670,4
|
344,2
|
379
|
723,2
|
7,5
|
8,2
|
7,9
|
(p): previsão consolidada em julho de 2004.
Nota: Os dados de consumo doméstico consideram o consumo de origem nacional, acrescido das importações. |
(valores em US$ milhões FOB)
|
Balança Comercial da Indústria do Alumínio
|
|||||||||
1ºsem/2003
|
1ºsem/2004
|
Variação 2004/2003(%)
|
|||||||
Exp.
|
Imp.
|
Saldo
|
Exp.
|
Imp.
|
Saldo
|
Exportação
|
Importação
|
Saldo
|
|
Indústria do alumínio (1) |
1.015
|
183
|
832
|
1.323
|
187
|
1.136
|
30,3
|
2,2
|
36,5
|
Participação na balança comercial brasileira |
3,1%
|
0,8%
|
8,0%
|
4,0%
|
0,8%
|
7,5%
|
|||
2003
|
2004 (p)
|
Variação (%)
|
|||||||
Exp.
|
Imp.
|
Saldo
|
Exp.
|
Imp.
|
Saldo
|
Exportação
|
Importação
|
Saldo
|
|
Indústria do alumínio (1) |
2.124
|
356
|
1.768
|
2.672
|
352
|
2.320
|
25,1%
|
-1,1%
|
31,2%
|
Participação na balança comercial brasileira |
2,9%
|
0,7%
|
7,1%
|
(1) inclui bauxita e alumina
Fonte: SECEX/MDIC – dados efetivos e ABAL – previsão. |