Iniciativa da MRN estimula o empreendedorismo feminino em comunidades de Oriximiná (PA)
O Programa de Educação Socioambiental (PES), da Mineração Rio do Norte (MRN), oferta, por meio do Projeto Projeto de Educação Ambiental e Patrimonial (PEAP), um processo educativo com capacitações continuadas viabilizadas em cursos, oficinas e assessoria técnica nos eixos de biojoias e de artesanato em cerâmica que atinge cerca de 95 artesãos do município de Oriximiná, no oeste do Pará.
A jovem Renata Cordeiro é moradora do Jamari, tem 23 anos de idade e atua com a produção de peças de cerâmica, mas sempre retorna à formação em busca de novidades.
“Estou aprendendo o que eu não sabia e o professor traz isso para nós. É uma boa oportunidade não só de conhecimento, mas de uma renda extra se o aluno continuar”, ressalta.
A produção de peças em cerâmica faz parte da cultura de boa parte das comunidades tradicionais. Por isso, o instrutor Del Almeida destaca que cada conhecimento é valorizado durante as formações.
“O que nós passamos são as técnicas, porque muitos chegam com certa habilidade, mas são necessários alguns alinhamentos para que essa peça saia o mais perfeita possível, com uma qualidade maior para competir no mercado”, explica o instrutor, que também lembra o papel do PEAP na valorização cultural. “Além de estimular o que eles têm feito, agrega valor ao patrimônio cultural presente na região”.
O Projeto de Educação Ambiental e Patrimonial iniciou em 2001, fruto de uma pesquisa arqueológica desenvolvida, na época, pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MEPG) em Oriximiná. Desde 2010, passou a integrar o Programa de Educação Socioambiental da MRN e hoje é realizado pela empresa Biota, alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Os eixos Biojoias e Cerâmica são realizados em comunidades quilombolas do território Alto Trombetas II, reunindo um total de 76 mulheres e 19 homens, o que reforça o fomento ao empreendedorismo feminino da região.
A missão da iniciativa é promover o resgate, conservação e valorização do patrimônio ambiental, cultural e arqueológico junto às comunidades da área de influência da MRN, fomentando o fortalecimento da identidade e da organização comunitária por meio do reconhecimento da história local e aprendizagem de técnicas e práticas que fazem parte da cultura quilombola, além de proporcionar uma alternativa para geração de renda.
Suspensas entre os anos de 2020 e 2021, ações do PEAP retornaram em 2022. A analista de Relações Comunitárias da MRN, Genilda Cunha, ressalta a importância do projeto que busca o desenvolvimento a partir da perspectiva da sustentabilidade.
“O comunitário aprende a enxergar a floresta com um olhar diferenciado e a perceber o que ele pode trazer de riqueza dela, sem causar nenhum dano ao meio ambiente. Você reaproveita um bem natural, agregando identidade a ele. O que para muitos seria inútil, você cria uma utilidade e agrega valor. É um projeto que tem todo um respeito com a cultura local, mas, acima de tudo, com o meio ambiente”.