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Legado Verdes do Cerrado, da CBA, potencializa uso do solo com integração de lavoura e pecuária

20 de dezembro de 2021

 

Conhecimento aprofundado do solo e adoção de boas práticas de manejo de lavouras de grãos e de gado de corte. Essa é a receita do Legado Verdes do Cerrado, Reserva Particular de Desenvolvimento Sustentável da CBA – Companhia Brasileira de Alumínio, para demonstrar que é possível aliar, com sucesso, a conservação do bioma Cerrado com atividades agropastoris.

Dos 32,5 mil hectares da Reserva, somente 20% são destinados para atividades de pecuária, produção de grãos e silvicultura. E com o plantio de soja e milho para a safra 2021-2022 o Legado Verdes do Cerrado inicia o segundo ciclo da integração de lavoura, pecuária e floresta em seu território, no norte de Goiás.

As atividades são realizadas no mesmo espaço em consórcio, sucessão ou rotação. Com esse processo, o Legado Verdes do Cerrado atende à necessidade de produção de alimento, aliando a pesquisa e a conservação dos ecossistemas.

No ano que vem, após a colheita dos grãos, a área receberá a semeadura de capim braquiária para forração do terreno onde será colocado o rebanho, por um período de sete meses. Com essa nova área integrada, os pastos convencionais passam por um período de vedação e se recuperam, podendo receber, em seguida, o gado de volta. A rotação possibilita elevar capacidade de suporte de uma unidade animal por hectare (U.A./ha) para quatro ou cinco unidades animal por hectare. Desse modo, integração com a lavoura aumenta a produtividade sem ampliar a área dedicada à pecuária circundada pelo Cerrado nativo conservado da Reserva.

No ano passado, na primeira experiência de integração, o gado foi conduzido das pastagens convencionais para a palhada deixada nas lavouras, após a colheita. O manejo diminuiu a pressão das pastagens, além de proporcionar um aumento médio de peso do rebanho de aproximadamente 30%.

De acordo o gerente de Operações do Legado Verdes do Cerrado, Marco Túlio Xavier Lanza, com o plantio direto do capim braquiária também há uma redução da emissão de gases de efeito estufa. “Essa é uma técnica sustentável que não revolve o solo”, afirma. Além disso, de acordo com Marco Túlio, com o plantio de soja na Reserva aumentou-se o manejo biológico para controle das pragas comuns nessas culturas, que permitiu a redução de 70% do manejo químico.

Pesquisa

O projeto de integração lavoura, pecuária e floresta fortalece o modelo de atuação do Legado Verdes do Cerrado, que desde a sua inauguração, em 2017, alia atividades convencionais à nova economia. Tem aspectos diferenciados quando comparado aos modelos usuais, tanto em sua constituição quanto, no que se refere aos seus objetivos e ao seu plano de manejo.

Todas as atividades na Reserva partem do princípio de que o solo é o principal ativo para a produção e conservação do Cerrado. O plano de gestão define as melhores atividades para cada área, sempre com análise em relação à área de conservação do bioma e de uso sustentável. A área de Cerrado nativo, que ocupa aproximadamente 80% da Reserva é um laboratório a céu aberto, onde são realizadas pesquisas científicas relacionadas à fauna e à flora do bioma e aos mananciais de água que cortam o território, gerando conhecimento integrado as áreas de produção.

Por meio da pesquisa Qualidade dos Solos nas Regiões Cársticas, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), em diferentes áreas do Legado Verdes do Cerrado, foi possível obter informações aprofundadas que possibilitaram a elaboração de um novo mapa da região, que contribuiu para orientar o melhor uso do solo das áreas destinadas às atividades de agricultura, pecuária e conservação.
Como em alguns locais da Reserva são encontrados solos cársticos – que formam cavernas ou dolinas – o mapa dos solos orienta o melhor uso dessas áreas. Além da identificação das zonas cársticas, é possível mapear áreas com maior ou menor permeabilidade do solo, o que influencia diretamente na produção, e assim desenvolver corredores ecológicos em áreas que beneficiam tanto a produção quanto aos ecossitemas.

Essa inovação gera conhecimento para todo território que pode beneficiar as cadeias produtivas locais, integrando o contexto socioeconômico da região, onde se insere a Reserva, bem como a conservação ambiental do bioma Cerrado, atendendo as Metas Globais para a Conservação da Biodiversidade.