Leveza no transporte é mais por menos
(Artigo de Ayrton Filleti, Coordenador do Comitê de Mercado Transportes da Associação Brasileira do Alumínio - ABAL)
O alumínio tem sido cada vez mais empregado no setor automotivo e de transportes. O consumo de peças fundidas, chapas e perfis estruturais aumentou 41% entre 2004 e 2008. Não são poucas as características que justificam o crescimento da aplicação do alumínio em carrocerias, reboques e semi-reboques, tanques para transportes de líquidos e outros implementos rodoviários. Por ser dois terços mais leve que o aço, o alumínio possibilita uma maior capacidade de transporte de carga, com menor desgaste de peças e pneus e consumo de combustível.
Um caminhão de porte médio, por exemplo, chega a pesar 700 kg a menos se tiver uma carroceria de alumínio, ao invés de uma similar de aço. Já um caminhão-tanque de 40 mil a 45 mil litros de capacidade pode reduzir seu peso entre 2,5 e 3 toneladas, se o reservatório for de alumínio. Isso significa um aumento de capacidade de transporte de 3,5 mil a 5 mil litros. No transporte coletivo de passageiros, carrocerias de alumínio chegam a pesar 30% menos, roda-se mais com menos. Cada 10% de redução do peso em veículos, equivale a uma economia de 5% a 10% no consumo de combustível, redução de uma tonelada de peso economiza, por exemplo, a cada 100 mil km rodados, cerca de 1,5 mil litros de diesel para caminhões basculantes e até 1,9 mil litros de diesel para ônibus urbanos.
Quando se pensa em durabilidade e manutenção, o alumínio é imbatível, por oferecer elevada resistência à corrosão e às intempéries. Implementos rodoviários e ônibus que fazem uso intensivo do alumínio rodam em média 15 anos sem necessidade de grandes manutenções. Custos com limpeza e manutenção de pintura também são significativamente menores. E, no final da vida útil, a sucata de alumínio ainda gera uma boa renda por ter elevado valor residual, uma vez que o metal é 100 % reciclável.
No quesito segurança, pára-choques e outros componentes de alumínio possuem uma elevada capacidade de amortecimento de impactos. Isso se deve ao excelente coeficiente de deformação do material, que permite absorver duas vezes mais a energia de impacto em uma colisão, podendo oferecer o dobro da resistência quando comparado ao aço. Outra vantagem do alumínio que aumenta a segurança, especialmente no transporte de substâncias inflamáveis, é sua propriedade de não faiscamento, o que elimina o risco de incêndios e explosões.
Mas a importância do alumínio no setor de transportes não se resume às excepcionais propriedades do material e nem às vantagens econômicas que elas trazem para o frotista. A indústria do alumínio apóia, em âmbito global, as metas de redução de emissões de gases poluentes e do consumo de combustível, e trabalha no sentido de viabilizar a produção de meios de transportes mais sustentáveis.Cada quilo de alumínio, aplicado em substituição a um material pesado, pode evitar a emissão de até 28 quilos de CO2 durante a vida útil de um caminhão, e de 40 kg a 45 kg de CO2 durante toda a rodagem de um ônibus. Decorrência dessa economia, a redução do peso dos veículos do setor de transportes no mundo pode evitar a emissão de pelo menos 700 milhões de toneladas de CO2 a cada ano. É o alumínio como parte da solução para a sustentabilidade do planeta.
Fonte: Jornal Brasil Econômico – Caderno Inovação & Engenharia – Página 19 – Publicado em 03/05/2010 – São Paulo – SP