O sol que nos protege – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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O sol que nos protege

4 de janeiro de 2016

O futuro da energia pode ser mais sustentável do que se pensa

Milton Rego
Presidente Executivo ABAL
Artigo publicado em 2/1/16 na Folha de S. Paulo  

 

 

O futuro da energia pode ser mais sustentável do que se pensa. Ao se unir uma fonte que temos de sobra no Brasil – o sol, ao metal que é infinitamente reciclável – o alumínio, pode-se produzir painéis fotovoltaicos para gerar energia ecologicamente correta, elevando o Brasil a uma potência nesse quesito, avant-garde de seu tempo.

Isso por que o país contribuiria e muito para a meta de redução de emissão de gases ao meio ambiente, amplamente discutida na última Conferência do Clima, em Paris. Ao utilizar o alumínio nacional na produção de módulos fotovoltaicos, essa indústria tem como matéria-prima um metal com elevados índices de reciclagem e com uma pegada de carbono menor que os itens importados.

Para alavancar esse mercado, foram realizados alguns leilões durante este ano e no ano passado, que somaram 30 projetos contratados com capacidade para injetar 833,8 Mw de energia solar fotovoltaica no sistema e contam com potência instalada de 1.043 Mwpico. A garantia física dessas usinas está definida em 232,9 Mw médios e o investimento previsto pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) para a construção dos parques solares deve somar R$ 4,341 bilhões.

Diante do potencial de crescimento desse setor, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) prevê uma utilização adicional de 53 mil toneladas de alumínio nos próximos três anos, apenas para atender aos projetos contratados nos leilões de Energia Reservada (LER), exclusivos para a venda de energia solar fotovoltaica, realizados em outubro de 2014 e, mais recentemente, em agosto de 2015.

Ainda em agosto, o governo federal anunciou investimentos no Programa de Investimento em Energia Elétrica (PIEE) da ordem de R$ 186 bilhões. O objetivo seria fornecer mais energia aos brasileiros a preços competitivos com o mercado internacional, mantendo a matriz elétrica brasileira com predominância de fontes limpas e renováveis.

De acordo com o programa, pretende-se aprofundar o caminho da diversificação energética, com a ampliação do uso da biomassa, da energia eólica e da energia solar fotovoltaica.

Vale dizer que em países como Alemanha, Espanha e Portugal praticamente todos os módulos solares levam, majoritariamente, o alumínio em sua construção. De olho nesse potencial, empresas canadenses, norte-americanas e chinesas acabam de anunciar suas intenções de abrirem fábricas de painéis solares fotovoltaicos no país.

Não faz muito tempo, li a respeito de uma empresa chamada Airlight Energy que desenvolveu, em parceria com a IBM, uma estrutura em formato de girassol para a captação de energia gerada pelo sol, combinando energia fotovoltaica e termal.

São 36 painéis solares que recebem o sugestivo nome de Solar Sunflower -todos feitos de alumínio, o que permite uma eficiência de 80% na produção de energia. Este é um exemplo de tecnologia e pesquisas que têm sido realizadas acerca desse tipo de energia e que o Brasil, tão rico desse precioso astro, poderia encampar.

Estamos na torcida por uma política que estimule o desenvolvimento da indústria solar no Brasil, mas ainda há grandes desafios. De acordo com a International Aluminum Association, a energia solar irá fazer crescer a demanda mundial de alumínio.

Esse é uma tendência já nos países desenvolvidos. Por enquanto, o mercado brasileiro importa muito mais do que produz módulos. Para os próximos projetos, a intenção é que se invista na nacionalização dos componentes. Vamos esperar!

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