ABAL realiza workshop para a indústria automotiva – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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ABAL realiza workshop para a indústria automotiva

2 de setembro de 2009

Uso de alumínio como parte da solução para a sustentabilidade desse setor foi abordado em diversas apresentações

 

A Associação Brasileira do Alumínio – ABAL realizou, no último dia 19 de agosto, em São Paulo, o V Workshop Alumínio na Indústria Automotiva com a participação de profissionais da cadeia automotiva. O vice-presidente da entidade, Adjarma Azevedo, abriu o encontro ressaltando a “era da eficiencia energética” e as cobranças que surgirão em relação ao controle de emissões atmosféricas, após a conferência da ONU sobre mudança climática que acontecerá em Copenhague, em dezembro de 2009.

Adjarma enfatizou que a indústria do aluminio é autossustentável e está alinhada às diretrizes globais de redução de emissões de gases de efeito estufa, “além disso somos uma opção para o setor automotivo, que vem se esforçando para reduzir suas emissões”. Adjarma também reforçou o papel do controle das mudanças climáticas no tabuleiro das transações comerciais: “mais que uma política indústrial, de investimentos e adaptações, a redução das emissões em processos produtivos será motivo para a prática de medidas protecionistas”.

O painel “Sustentabilidade na Indústria Automotiva”, moderado por Arnaldo Pellizzaro, da Abiconsult,  abriu a sessão de palestras da tarde. O coordenador do Comitê de Transportes da ABAL, Ayrton Filleti, destacou o uso do alumínio como parte da solução para a sustentabilidade da indústria automotiva, uma vez que a redução de 10% no peso dos veículos proporciona um aumento de 5,5% em eficiência do combustível.

Filleti também informou que EUA, Europa e Japão estão aprovando legislações que estipulam limites de emissões ou consumo de combustível até 2015. Nos EUA, o consumo dos veículos deve atingir 13,6 km/l, no Japão o consumo será de 16,8 km/l. Na Europa, os veículos deverão limitar suas emissões em 130 gCO2/km rodado. “Os automóveis mudaram a sociedade, agora é a vez da sociedade mudar os automóveis”, alertou Filleti sobre as mudanças nos hábitos dos futuros consumidores de veículos.

O conselheiro e consultor do SAE Brasil, Francisco Nelson Satkunas, expôs um panorama da indústria automotiva e suas estratégias para a redução de massa. Com base em dados da consultoria Ducker Inc., Satkunas  mostrou a evolução do peso dos veículos norte-americanos ao longo dos anos, até atingir o pico de 1.822kg em 2004 e, desde então, vêm reduzindo de peso até a alcançar a meta de 1.587kg (- 13%) prevista para 2020. Sobre as iniciativas da indústria visando diminuir o peso dos veículos, Satkunas destacou o crescente uso de materiais mais leves – polímeros e aços especiais, além do alumínio –, da nanotecnologia e de materiais inteligentes.

O gerente de engenharia da Volkswagen, Kai Hohmann, encerrou o painel apresentando a tecnologia BlueMotion, desenvolvida em âmbito mundial para reduzir o consumo de combustível e emissões de poluentes dos veículos da companhia. Segundo Kai, esses veículos apresentam tecnologias que vão da redução de peso (cerca de 30 kg) à aerodinâmica, a fim de obter melhor aproveitamento do combustível. Um veículo Polo BlueMotion esteve exposto no local, durante a realização do workshop.

Para dar uma ideia do consumo atual de alumínio em automóveis no Brasil e no mundo, o engenheiro e doutor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), Marcelo Gonçalves, apresentou dados de pesquisa realizada pelo IPT, em parceria com a ABAL, com as montadoras nacionais. Como resultado, coletado junto às montadoras Fiat, Ford e Volkswagen e cuja amostra corresponde a 38% dos modelos de veículos de passeio, observou-se que a indústria brasileira consome cerca de 80 kg/veículo, contra uma média internacional de 125 kg/veículo.

Retomando o tema sustentabilidade, o engenheiro da Fiat, Ricardo Martin, falou sobre a etiquetagem de Eficiência Energética de Veículos Automotores Leves, programa voluntário, o qual a Fiat participa com seus modelos,  que tem como objetivos reduzir as emissões de poluentes e a importação de petróleo. Segundo Martin, diversos países, como Coréia, Canadá e EUA, têm adotado programas de etiquetagem que informam o consumo dos veículos.

Encerrando o ciclo de palestras, o consultor da indústria automotiva e ex-vice-presidente da General Motors, André Beer, falou sobre o mercado e as perspectivas da indústria automotiva nacional. Segundo Beer, mesmo diante da crise financeira, em 2008 o Brasil foi o 6º maior produtor de automóveis e o 5º maior mercado interno e, graças às ações anticíclicas do governo o setor se recuperou.

Cenários econômicos à parte, Beer projetou um futuro promissor para o mercado doméstico de veículos novos, “devido à existência de uma demanda reprimida”, explicou. Segundo o consultor, o Brasil tem hoje 7,07 habitantes/veículo e pode chegar a 5,27 habitantes/veículo, em 2014, a mesma proporção de países como Argentina e Uruguai. Projetando esse consumo, a indústria terá que produzir 4 milhões de unidades para atender essa demanda.

Para Adjarma Azevedo, a indústria do alumínio deve estar mais próxima às montadoras, para combater a chamada “cultura do aço” e aumentar a utilização do alumínio. “Para tanto, a partir de 2010, a ABAL realizará cursos in Company desenvolvidos exclusivamente para atender às necessidades dos profissionais da indústria automotiva”, afirmou.

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