Crescimento sutentável como parte do negócio – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Crescimento sutentável como parte do negócio

17 de julho de 2012

Para diretora da CNI, Monica Messenberg, o caminho para o Brasil ter um crescimento sustentado é estimular uma indústria inovadora, competitiva e diversificada

 

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizou no dia 14 de junho o Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, com a participação de 18 setores produtivos – que juntos respondem por 90% do PIB industrial brasileiro – para a realização de workshops e a produção de uma agenda de contribuição do setor para o desenvolvimento sustentável. Para a diretora de relações institucionais da CNI, Monica Messenberg, o caminho para o Brasil ter um crescimento sustentado é estimular uma indústria inovadora, competitiva e diversificada. Veja outras declarações da diretora na entrevista a seguir.

1. Como foi a participação da CNI na Rio + 20 e qual o balanço final?
R.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), como porta-voz da indústria nacional, assumiu papel de protagonista nas discussões sobre desenvolvimento sustentável tornando-se interlocutora qualificada para o diálogo com o governo e a sociedade. No dia 14 de junho, promovemos o Encontro da Indústria para a Sustentabilidade em que lançamos um documento com avanços, oportunidades e desafios da indústria nacional no marco do desenvolvimento sustentável. Foi a maior mobilização empresarial brasileira na Conferência da ONU.

Durante a Rio + 20, ficou claro que a CNI e o empresário moderno já enxergam a sustentabilidade como parte de suas estratégias de negócio, não apenas como responsabilidade ambiental, mas pela compreensão de que sustentabilidade é um fator de competitividade. Sem dúvida, a Rio+20 foi um marco no que se refere à contribuição do setor produtivo.

2. Qual a síntese dos documentos produzidos pela CNI?
R. Os documentos que apresentamos na Rio+20 mostram avanços do setor produtivo na incorporação de práticas sustentáveis, bem como desafios e oportunidades para dar maior escala à ações nessa área. Em 20 anos, desde a ECO92, a indústria mudou a forma de produzir e pensar a produção com intuito de reduzir o impacto de sua atividade no meio ambiente. A indústria conseguiu, por exemplo, diversificar sua fonte de energia, reduzindo o uso de combustíveis fósseis e ampliando a participação de fontes renováveis e alternativas. Alguns setores apresentaram índices muito altos de reciclagem, como mesmo mostrou o setor de Alumínio. Hoje, 98% das latinhas de bebidas são recicladas. São progressos importantes e que foram devidamente reportados à sociedade, mas sabemos que temos um caminho longo a construir.

3. Dentro dos temas principais da Rio+20: economia verde e estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável, como a indústria tem se posicionado?
R. A indústria nacional tem ciência de que a transição de um modelo de produção para outro mais sustentável pressupõe investimentos e riscos; investimentos intensivos em inovação, em tecnologias produtivas mais limpas e mesmo em qualificação profissional. Uma política industrial de inovação ligada a metas sustentáveis necessita de um ambiente regulatório e institucional propício às transformações produtivas e aos investimentos demandados. É preciso criar políticas públicas amplas de apoio às empresas.

4. Quais os desafios da indústria brasileira para atender esses temas, sem perda de competitividade?
R.
O caminho para o Brasil ter um crescimento sustentado é estimular uma indústria inovadora, competitiva e diversificada. Existem diversos fatores conjunturais que minam a competitividade da indústria nacional nos mercados externo e interno. A avaliação da CNI é de que há vários e difíceis desafios a superar. Precisamos de uma redução ainda maior dos juros, acabar com as barreiras burocráticas, aumentar investimentos em infraestrutura, modernizar a legislação trabalhista, entre outros fatores.

5. A CNI reuniu 16 setores produtivos para divulgar e debater os avanços da sustentabilidade na indústria. Há intenção de manter esse grupo reunido para ações futuras?
R.
Há um esforço contínuo por parte da CNI em se aproximar cada vez mais e trabalhar conjuntamente com as associações setoriais e federações estaduais. Isso fortalece o setor industrial e seus diferentes atores que passam a atuar de forma mais alinhada. O resultado da Rio+20 demonstra isso.

6. Quais outras ações conjuntas estão em condução pela CNI?
R.
Neste momento, está em andamento uma campanha voltada à competitividade, cujo mote é “A indústria tem pressa, o Brasil não pode esperar”. Contamos com o apoio das federações e articulação das associações para, nesta iniciativa, apresentar as aspirações da indústria nacional.

7. E em relação a outras iniciativas para um futuro de baixo carbono?
R.
A CNI está desenvolvendo um programa de capacitação em inventários corporativos, que visa à promoção de informações e metodologias abrangentes que permitam às empresas ter ciência do uso de recursos naturais, energia e emissões de gases de efeito estufa de forma integrada. No dia 29 de junho, poucos dias após a Rio+20, assinamos acordo de cooperação técnica junto aos ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Indústria e Comércio, com objetivo de discutir a aplicação de metas de redução de emissões de carbono.

 

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