Durabilidade e vida útil na construção civil – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Durabilidade e vida útil na construção civil

11 de abril de 2012

Maria Angélica Covelo Silva fala sobre NBR 15575 e a nova postura dos profissionais do setor

 

Profissionais de construção civil, principalmente especificadores e projetistas, precisam reciclar seus conhecimentos sobre materiais, componentes e sistemas construtivos para equacionar adequadamente sua durabilidade e vida útil em empreendimentos. É o que recomenda a engenheira civil, mestre e doutora em engenharia Maria Angelica Covelo Silva, diretora da NGI Consultoria e Desenvolvimento, especialista em projetos de consultoria e capacitação técnica em gestão da qualidade e tecnologia de edificações.

 

 

1. Qual a relação entre a norma de desempenho NBR 15575 com a durabilidade de materiais e a vida útil de sistemas para construção civil?
R.
A NBR 15575 estabelece as definições de durabilidade e vida útil que não estavam presentes em outras normas brasileiras e define requisitos e critérios para que o projeto leve em conta as condições de durabilidade e vida útil que devem ser asseguradas, visando o desempenho técnico e econômico do empreendimento com todas as suas partes.

2. Os empreendimentos ficarão mais caros, quando o conceito de durabilidade e vida útil passar a ser mais considerado?
R.
Construir um edifício com a vida útil mínima que a norma preconiza, não significa elevar custos se partimos de boas práticas. Significa elevar custos para quem não projeta ou não fabrica de acordo com normas; para aqueles cujos custos são “baixos” ao utilizar produtos que não atendem a requisitos mínimos de desempenho.

3. No âmbito da durabilidade e vida útil, como compatibilizar os diversos materiais e sistemas que compõem uma obra?
R.
Tendo conhecimento tecnológico sobre comportamento de materiais, componentes e sistemas construtivos. Quem não tiver este conhecimento irá cometer erros e não conseguirá equacionar adequadamente, principalmente quem especifica e projeta. Será preciso uma reciclagem forte de nossos profissionais.

4. Como edifícios muito antigos podem se adequar à norma?
R.
Os edifícios antigos podem ter seu desempenho adaptado às novas necessidades por meio de operações de retrofit. Temos algumas experiências muito bem sucedidas no Brasil e todo um forte conhecimento sobre isso em países em que há um grande patrimônio de edifícios de grande valor histórico, que são adaptados para continuarem a ser usados.

5. Como a Dr.ª enxerga a participação do alumínio numa obra, no âmbito da durabilidade e vida útil?
R.
Todos os materiais, componentes e sistemas construtivos precisam caracterizar sua vida útil diante das condições de uso e manutenção a que estarão sujeitos, para que se possa definir seu papel na vida útil global do edifício. Os sistemas de alumínio precisam ser caracterizados para que se possa inclusive incorporar este conceito como mais um critério de escolha do projetista e construtor. Mas sempre a vida útil está associada às condições de uso e de exposição que precisam ser caracterizadas juntas.

6. Quais as perspectivas da Dr.ª em que o mercado aceite essa nova realidade?
R.
A norma NBR 15575:2008 está em vigor, sua nova versão revisada entrará em consulta nacional ainda neste semestre e deverá ser publicada no segundo semestre. Após a versão revisada entrar em vigor, haverá seis meses de prazo para a exigibilidade pelo consumidor, isto é, vale para novos projetos protocolados em prefeitura, a partir de seis meses depois de a norma entrar em vigor.

7. A partir dessa nova realidade, como devem ser a nova postura do profissional da construção civil e do futuro usuário?
R.
A postura do profissional tem que ser de buscar conhecimento sobre durabilidade e vida útil. Temos verdadeiros absurdos de especificação por absoluta falta de conhecimento técnico de comportamento de materiais. A postura do consumidor deverá ser de aprender a entrar neste mérito e não apenas do custo inicial, mas de como o produto que está adquirindo se comportará com o tempo, pois o barato pode sair caro em pouco tempo.

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