Oportunidades e desafios para o alumínio no Inovar Auto – Associação Brasileira do Alumínio – ABAL
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Oportunidades e desafios para o alumínio no Inovar Auto

27 de agosto de 2013

Workshop reúne especialistas para debater o novo regime automotivo

Discutir as oportunidades e os desafios para os fundidos em alumínio, no âmbito do Inovar Auto. Essa foi a proposta do workshop realizado pela ABAL, em parceria com a Associação Brasileira de Fundição, no dia 20 de agosto, e que reuniu especialistas e profissionais da cadeia do alumínio, fundição e automotiva na sede da ABIFA, em São Paulo.

O presidente da ABIFA, Remo de Simone, abriu o evento destacando a importância da iniciativa para as empresas de fundição – cujo desempenho não tem acompanhado, há alguns anos, o crescimento do mercado automotivo, como prova do aumento das importações. “Esse evento trará informações que podem beneficiar o setor, de forma a conhecermos as reais vantagens do Inovar Auto para o futuro”, disse.

À plateia, formada por 70 pessoas, o presidente da ABAL, Adjarma Azevedo, deixou como mensagem o empenho da entidade e da indústria de alumínio em manter o mercado doméstico atendido com alumínio primário, a despeito da queda da produção nacional. “O setor tem um montante de 400 mil toneladas destinadas à exportação, mas que, na medida da necessidade, serão internalizadas”, explicou.

O diretor da Power Systems Research, Carlos Briganti, ressaltou a obrigatoriedade da eficiência energética dos veículos, para que montadoras e importadoras se beneficiem do novo regime automotivo. Segundo o engenheiro, entre os fatores que mais influenciam na redução do consumo de combustível, depois de melhorar a eficiência do powertrain, a redução do peso dos veículos é aquele que produz os melhores resultados.

As vantagens do alumínio aplicado em veículos, destacadas pelo presidente emérito e coordenador do Comitê de Transportes da ABAL, Ayrton Filleti, explicam por que a indústria de transportes responde por cerca de 35% do consumo mundial do metal. “O alumínio é um grande substituto para os outros metais do setor automotivo e a vinda do Inovar Auto foi uma redenção dos nossos veículos ao meio ambiente, pois a redução de peso vai fazer com que a emissão de gás carbônico seja menor”, exaltou.

Com um olhar mais empresarial, Henrique Santana Lins, vice-presidente da ABIFA e gerente comercial da Nemak – maior fundidora global de alumínio, foi enfático: “O Inovar Auto foi o grande empurrão para o setor automotivo brasileiro aderir aos blocos de alumínio”. No entanto, Lins comentou que a adesão das montadoras a fabricação nacional de motores de alumínio só não será mais rápida por conta dos elevados investimentos, necessários para substituir os equipamentos de usinagem, em sua maioria para ferro fundido.

Principal matéria-prima para a produção de fundidos, o alumínio secundário recebeu atenção especial no workshop. Conforme informou o gerente da Metalur/Tecal e coordenador do Grupo Setorial de Secundários da ABAL, Luiz Alberto Lopes, estima-se que no Brasil, mais de 80% do alumínio utilizado pelo setor automotivo provém de sucata, insumo que também é muito disputado por outros setores.  “O mercado de alumínio secundário está em crescimento e o Brasil não já consegue atender toda essa necessidade, com isso a melhor opção é buscar sucata nos Estados Unidos, que é um mercado maduro onde a oferta e a demanda estão equilibradas” resumiu o executivo.

Oportunidade ou risco

De acordo com a ABIFA, o setor de fundição tem sofrido com o aumento das importações de peças e componentes, não apenas de forma direta, mas também de sistemas e equipamentos que incluem elementos fundidos. Em 2012, segundo seu presidente, houve uma importação de 55% de componentes fundidos, justificando por que o desempenho do setor de fundição não acompanha o crescimento da indústria automobilística. “A grande questão é: o Inovar Auto vai melhorar essa perspectiva?”, perguntou Remo de Simone.

Para Briganti, o Inovar Auto propicia uma oportunidade para a cadeia produtiva brasileira desenvolver competências, trabalhar a inovação junto com institutos e universidades. “É um programa para a cadeia ganhar competitividade e não perder, afinal, todas as tecnologias que o Inovar Auto precisa já estão desenvolvidas, principalmente na Europa; se não tivermos competência para produzir com competitividade, então essa oportunidade poderá se transformar em risco, com o aumento das importações”, frisou o especialista.

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